Planilha de Barusco revela elo entre Lava-Jato e mensalão!

Empresário, que doou carro de luxo à dirigente petista em 2004, atuou no esquema de propina na Petrobras.


Por: O Globo.






O dossiê entregue pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco ao Ministério Público Federal (MPF) trouxe à tona um dos personagens do mensalão que levou parte da cúpula petista para a cadeia. O empresário Cesar Oliveira, da construtora baiana GDK, foi apontado por Barusco como um dos empreiteiros que pagou propina ao ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, e ao tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Em 2005, durante o mensalão, Oliveira foi quem presenteou o então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, com uma Land Rover, avaliada na época em R$ 76 mil.

Das 87 obras citadas por Barusco, GDK fechou contrato em cinco delas entre maio de 2007 e maio de 2009 ao custo de R$ 750 milhões. As obras iam da construção e adaptação de uma rede de dutos na Baia de Guanabara, no Rio, à reforma de gasodutos em São Paulo e no Nordeste.

Na planilha entregue pelo ex-gerente à força-tarefa da Operação Lava-Jato, Cesar Oliveira teria dado propina em quatro das cinco obras. O empresário teria pago ao PT R$ 4 milhões em vantagens indevidas e a Duque e a Barusco, R$ 2 milhões. No contrato de reabilitação de dutos TNS, de maio de 2007, que custou R$ 125 milhões à Petrobras, o empresário teria desviado 1%, R$ 1,2 milhão para pagar à Duque e ao PT. Cada um, segundo a planilha de Barusco, teria ficado com a metade do valor.

Em outubro, a GDK ganhou outra licitação para a construção de um píer na Baía de Guanabara. A obra serviria para melhorar o transporte de gás natural para a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Desta obra, que custou cerca de R$ 200 milhões, a “casa” - representada por Duque e Barusco - ficou com R$ 1 milhão e o PT com outra parte igual da propina.

A GDK começou a prestar serviços à Petrobras em 1994. Em 2002, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, os contratos com a estatal saltaram de dos R$ 126 milhões para R$ 430 milhões. Com a ascensão do PT ao Palácio do Planalto, a GDK perdeu espaço na estatal. Para reverter a situação, Oliveira se aproximou do atual ministro da Defesa, Jaques Wagner — do qual o empresário teria sido um dos principal financiadores na campanha de 2002 para governador da Bahia. O ministro chegou a ter uma filha empregada na GDK.

Em 2003, através de Wagner, Pereira se aproximou da cúpula do PT. Em 2005, surgiram os primeiros indícios de irregularidades na relação entre a GDK e a legenda. Durante da CPI, deputados acusaram o então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, de ter um carro ganho de um empresário. Dias depois, reportagens mostraram que ele tinha sido presenteado por Oliveira. Pereira chegou a negar, mas acabou admitindo renunciando ao cargo e se desfiliando da legenda.


Em 2012, o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, declarou extinta a punição ao ex-dirigente petista. Na decisão, Barbosa disse que Sílvio Pereira cumpriu integralmente os termos do acordo judicial que fez no processo do mensalão. Silvinho, como era conhecido, foi o único dos quatro ex-integrantes da antiga cúpula do PT que escapou do julgamento. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex-presidente do PT José Genoino, foram condenados e presos.

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