Internet no Pará está entre as mais lentas do país.

Velocidade de conexão é inferior a 512 Kbp/s em 48 municípios.
Por: O Liberal.

Foto: Anatel.
Passados exatos vinte anos que a internet começou a ser comercializada no Brasil, ela ainda figura no rol das mais lentas do mundo, título puxado principalmente pelos resultados das cidades da região Norte, sobretudo do Pará. Segundo levantamento feito por O LIBERAL, com dados das operadoras que atuam no Estado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mais de 92% dos municípios paraenses tem velocidade de conexão inferior a países como Azerbaijão, Índia, Venezuela, Bolívia, Iraque, Kwait e Líbia (país em guerra civil), por exemplo.

Em 48 municípios paraenses (33%), a velocidade média de navegação é a mínima, dentro da faixa entre 0 e 512 Kbp/s. Em Mojuí dos Campos, a Anatel sequer identificou um ponto de acesso de internet banda larga fixa. Outros 84 (58,3%) têm velocidade de conexão de 512 Kbp/s a 2 Mbp/s, enquanto apenas 10 municípios estão na faixa de classificação entre 2 a 12 Mbp/s.

Com esses resultados, a média de velocidade de conexão nos municípios do Estado fica abaixo da casa de 1,2 Mbp/s. A média é bem inferior à apontada
no Brasil (3 MKp/s), que, segundo pesquisa recente da empresa de tecnologia americana Akamai, é a 89ª taxa de download mais rápida do
mundo em um ranking de 150 países. Para efeito de comparação, os moradores da cidade de Vinhedo, interior do Estado de São Paulo, navegam pela Web
com velocidade acima de 34 Mbp/s - internet mais rápida do País, comparada aos índices de Finlândia, Suíça, Japão e até da Coréia do Sul que lidera essa lista.

A exceção paraense é o município de Santana do Araguaia, que surge no rol das 20,9% de cidades brasileiras com pontos de internet que oscilam de 12 a 34 Mbp/s. É a maior velocidade identificada em toda a região Norte, onde a maioria dos 450 municípios a internet é de até até 2 Mbps. De acordo com o diretor de operações da Akamai, Jonas Silva, em entrevista ao portal G1, essa situação reflete a história do País.

Colonização

“Toda a infraestrutura da internet está desenvolvida mais ou menos da forma como o Brasil foi colonizado. As cidades costeiras têm mais habitantes, tiveram um desenvolvimento primário melhor que o interior. Por isso, as velocidades nesses locais são bastante altas”, disse, reforçando, em seguida, que a principal dificuldade está em melhorar os índices da região Norte para melhorar a média nacional.

“Quando se caminha para o Oeste, há um problema grave: não dá para passar nada. São regiões inóspitas e de floresta. Elas são servidas, com raras exceções, por satélite. E ele é por natureza caro e lento. No caso da Amazônia, pelo lado brasileiro, a floresta restringe a instalação de infraestrutura.
Pelo lado vizinho, os Andes impedem a passagem de cabos. Tem que passar cabo a 4 mil metros de altitude”, analisa Jonas Silva.

O Ministério das Comunicações admite que “existe uma grande desigualdade no serviço ofertado, o governo não medirá esforços para, por meio do Programa Banda Larga Para Todos, melhorar essa realidade e diminuir os desequilíbrios regionais”, informa a Pasta, através de nota. De acordo com o Ministério das Comunicações, o Plano Banda Larga para Todos, ainda em formulação, pretende levar internet rápida, com uma velocidade média de 25 Mbps, para 95% da população brasileira até 2018.

Para chegar a esse patamar, no entanto, há um longo caminho a ser percorrido. Hoje, só 4,5% das conexões são por fibra óptica, revelam dados da Anatel. O ministério diz que será preciso contar com “forte investimento em infraestrutura de fibra óptica e a operação do
Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que será lançado em 2016”. A pasta afirma, no entanto, que isso ainda depende do orçamento disponível para o programa.

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