Prisões e Apreensões em Mocajuba: Polícia Civil investiga homicídios e prende suposto grupo de extermínio - Post Integrado! Confira!

O dia 26\03\2015 para Mocajuba, será definitivamente um dia histórico. A cidade acordou sob o espanto da prisão de várias pessoas, homens, maiores de idade, alguns hoje, membros da guarda-municipal  mocajubense, sendo acusados e/ou  representados pela polícia local de vários crimes.

Foto: Polícia Civil/Divulgação.


Depois de passar por um grave processo de crescimento da pobreza e da violência e se vê diante da banalização da vida e da violência, a cidade entra em estado de susto, de alívio, incredulidade...

Logo, nesta era da informação e das redes sociais com púlpito de todas as discussões e debates, um forte embate se forma em alguns perfis públicos. Muitos ainda esperam esclarecimentos e informações sobre o caso, ou sobre os casos. Neste sentido, o blog tenta sanar, em parte, essa sede.

Vamos aos fatos:
Dentre o conjunto de ações realizadas no dia 26\03\2015, a polícia civil de Mocajuba (PA)  cumpriu quatro mandados de prisão, dentre os quais, dois contra guardas municipais. A operação foi realizada por policiais civis da Delegacia de Mocajuba, com apoio da Superintendência da Região Integrada de Segurança Pública do Baixo-Tocantins, do Grupo de Pronto Emprego e da Divisão de Homicídios. Segundo a polícia civil, as investigações se deram por quatro meses, resultando nos quatro mandados de prisão e cinco ordens de busca e apreensão.

Os presos são:
1. Marcos Franco Soares (Marquinho);
2. Gilmar Gonzaga Cardoso (Filho);
3.Thiago Pantoja de Carvalho;
4. Benedito Nei Ferreira Queiroz;

Tais resultados, baseiam-se em elementos apresentados nos diversos  inquéritos que levou o juiz da comarca de Mocajuba (PA) Daniel Bezerra Girão a decretar as prisões preventivas com busca e apreensão nas residências dos acusados. Com "Bena", foi encontrado um revólver calibre 38, o que levou a sua prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e gera outro processo passível de pena com detenção, complicando sua situação legal. Benedito Nei Ferreira Queiroz é até o momento o único já indiciado por homicídio duplamente qualificado.

Gilmar Gonzaga Cardoso (Filho) já respondeu a processo por porte ilegal de arma, o que também pesa contra ele, dizem os consultores jurídicos do blog.

Por questão de segurança, o caso foi apresentado na Delegacia de Abaetetuba (PA) e os presos mantidos na cidade a disposição da justiça. Por isso, depois da ação da polícia, a cidade entrou em um altíssimo "quiririm" (silêncio).

Detalhes:
Tais ações que resultam de ampla investigação iniciada pelo delegado da polícia civil de Mocajuba, que abriu o inquérito n° 126/2015000043-5, e no decorrer das investigações, abriu mais dois de Nºs 126/2015000072-7 e 126/2014.0000238-2, para tentar elucidar inúmeros homicídios ocorridos no município. [...] "quase todos realizados com o mesmo modus operandi, dando sinal de execuções. Esses homicídios deixam toda a população indignada, temerosa e cobrando resposta das autoridades públicas", atesta o texto do processo nº.  0000801-20.2015.8.14.0067.

Caso Bar do Dudu:
Thiago Pantoja de Carvalho, Benedito Nei Ferreira Queiroz, Marcos Franco Soares e Gilmar Gonzaga Cardoso tiveram a prisão preventiva decretada como desdobramentos do  inquérito 126/2014000043-5, assim como foram a busca e apreensão realizada em seus endereços também derivam dai.

"O homicídio investigado [...] é o caso ocorrido no dia 11/02/2015 em que foram vítimas Leandro dos Prazeres Lemos e José Pontes de Lemos (pai e filho) no Bar do DUDU, ás proximidades do Estádio Municipal", no Bairro da Fazenda. Um caso que teve bastante repercussão na cidade e, como já é de praxe, nas redes sociais através dos perfis dos moradores da cidade, e outros.

No processo disponível para consulta no site do Tribunal de Justiça do Estado, constam detalhes da investigação e do caso, segue abaixo alguns trechos:

"Consta na investigação que o crime ocorreu na Rua Nossa Senhora do Carmo, bairro Fazenda, no bar do DUDU. Os depoimentos acostados nos autos do inquérito policial, dão conta de que as vítimas juntamente com seus familiares e amigos estavam se divertindo no estabelecimento comercial, logo após terem saído do Estádio Municipal".

"Por volta das 23 hrs, acostou-se ao bar um carro Fiat Palio de cor prata, 4 portas, que era pilotado pelo Thiago Pantoja de Carvalho, vulgo Thiaguinho, no banco do carona estava o guarda municipal Bendito Nei Ferreira Queiroz, vulgo Bena, no banco traseiro estavam o Sr. Gilmar Gonzaga Cardoso, vulgo Filho e o Sr. Marcos Franco Soares, vulgo Marquinhos.

O dono do bar foi até o carro, conversou com o motorista e passageiros. Depois de algum tempo, o citado carro que é de propriedade/posse de Bena, passou, novamente, em frente ao bar e estacionou atrás do estádio. Em seguida, dois rapazes com camisas enroladas no rosto chegaram correndo ao bar e iniciaram uma sequência de disparos de arma de fogo que resultaram as mortes das vítimas mencionadas.

As testemunhas oculares dos crimes afirmam que os dois atiradores eram os guardas municipais: Benedito Nei Ferreira Queiroz e Gilmar Gonzaga Cardoso, pois mesmo com a camisa no rosto, eles não tiveram o cuidado de cobrir direito a cabeça, ficando parte do rosto, nariz, boca, testa e olhos à mostra, o que facilitou o reconhecimento".

Na ocasião das mortes a imprensa estadual deu destaque ao caso. (Clique). Segundo a informações publicadas no Diário do Pará, o pai, José Junior Pontes de Lemos, era conhecido no bairro do Jurunas em Belém, onde morava, como “Paulo Baier”. Já o filho, também vítima, Leandro dos Prazeres Lemos, era conhecido como “Douradinho”. Os dois tinham envolvimentos com processos criminais e práticas delituosas. Leandro dos Prazeres Lemos respondia, na  7ª Vara Criminal de Belém,  processos   que envolviam crimes como tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Já Leandro dos Prazeres Lemos foi preso e enquadrado por quadrilha ou bando, tráfico de drogas e condutas afins, crimes do sistema nacional de armas, associação para a produção e tráfico e condutas afins - todos em 2014.

Os dois teriam vindo para passar o carnaval na Pérola do Tocantins e suas mortes também chocaram a todos os moradores.

Foto: Fernando dos Santos - Mocajuba/PA.


Caso Carro Preto:
O único  caso que não resultou em prisões foi aquele apresentado no processo: 0000783-96.2015.8.14.0067, fundamentado no inquérito Inquérito Policial n°: 126/20140000238-7.

"Assim, não havendo demonstração nos autos dos motivos para a segregação e sendo a liberdade a regra e prisão a exceção e mais do que dos autos consta, não acolho o pedido do Ministério Público. Não há evidencias concretas, até o momento processual, que os dois investigados participaram do crime em tela".

A prisão preventiva solicitada foi negada enquanto que o mandado de busca e apreensão foi  deferido por Daniel Bezerra Montenegro Girão, juiz de direito respondendo pela Comarca de Mocajuba, e cumprido pela polícia civil do Pará deixando a população em estado de respiração suspensa. Trata-se de supostos  homicídio e tentativa de homicídio",  crimes que têm como vítimas os Srs. Anderson Brito e Rudival Almeida respectivamente.

Caso Taxista Eneias:
O caso mais recente do conjunto de inquéritos é suposto crime de homicídio do taxista Enéas Pantoja Ramos, ocorrido em 16/03/2015, no Bairro da Pranchinha. No bojo do processo que investiga o crime Thiago Pantoja de Carvalho e Benedito Nei Ferreira Queiroz (Bena) tiveram  a prisão preventiva decretada pelo juiz de direito Daniel Bezerra Girão, respondendo pela comarca de Mocajuba.

Os dois seriam supostos responsáveis pelo crime, conforme o processo 0000782-14.2015.8.14.0067, derivado do inquérito policial  n° 126/2015000072-7, presidido pelo Delegado de Polícia Civil Gilandeson Negreiros Caldas,  com exercício funcional na Delegacia de Polícia Civil da cidade, que solicitou a prisão.

Vejam o que diz o trechos do processo:
“Esse fato ocorreu na frente de sua residência, na rua Benjamin Constant, no Bairro da Pranchinha, nesta Cidade de Mocajuba-PA, por volta das 21hrs. Segundo o delegado, o crime ocorreu quando dois homens armados chegaram em uma moto fan vermelha na casa do senhor Eneas.

O homem que estava na garupa, desceu da moto com uma revolver calibre 38 e efetuou um disparo na direção do Sr. Eneas. Esse disparo atingiu a barriga do Sr. Eneas que veio a cair, logo em seguida, os filhos da vítima (Abraão, Ajax e Albiere), sua esposa Celma e as noras Nayara e Nubia correram para dentro da residência, exceto Ajaz que ficou abraçado com o pai.

O atirador com sede de mais sangue tentou entrar à casa pela frente e pela lateral no intuito de ceifar a vida do Abraão mas não obteve êxito, retornou para onde estava Eneas e seu filho Ajax, ordenou que Ajax largasse o pai senão morreria, este implorando pela vida do pai, o largou, ocasião em que o homicida efetuou 3 disparos de arma de fogo contra Eneas, todos na cabeça.

O interessante observar é que o exterminador de vida disse: eu não falei que ia me vingar na tua família! A esposa de seu Eneas implorava para não matarem o seu marido, o outro rapaz que estava na moto sacou a arma e efetuou 3 disparos contra ela, mas não conseguiu acerta-la.

Nos depoimentos acostados aos autos, todas as pessoas que estavam na frente da casa no momento do crime e que presenciaram a saga mortífera, afirmaram sem quaisquer dúvidas que reconhecem os autores do homicídio e que os executores são Benedito Nei Ferreira Queiroz e Thiago Pantoja de Carvalho.

Benedito Nei, o Bena, segundo consta na íntegra da decretação da prisão pelo juiz de mocajuba,  já estava  respondendo pelo  suposto homicídio de um dos filhos do taxista sr. Enéias, de prenome Arthur.  Para o delegado, tratou-se de uma queima de arquivo, conforme foi explicitado nos autos do inquérito.

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Para ver o inteiro teor da prisão preventiva.

Com informações totais e expressas do "Blog da Carmen Américo" - http://amazonidas.blogspot.com.br/ - Carmen Américo, Geógrafa, Professora de Geografia, Msc. em Ciências Ambientais e Doutoranda e Planejamento e Desenvolvimento (UFPA-NAEA).

Publicação: Vinícius Leal - Blog "Mocajuba - Pérola do Tocantins".

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